"Desencanto e Trevas: O Fracasso do Reposicionamento do Centro de São José dos Pinhais"

Por Ebenézer Netto/ JORNALISTA

São José dos Pinhais vive um momento de crise no coração da cidade. O que deveria ser um esforço de revitalização e reposicionamento do centro acabou se transformando em um cenário de desorganização, insatisfação e abandono.

O colapso das vagas rotativas

A promessa de melhorar o fluxo de veículos no centro virou pesadelo para motoristas e comerciantes. A falta de vagas rotativas efetivas tem sobrecarregado ruas já congestionadas, enquanto o excesso de multas e as ações agressivas dos guinchos têm causado indignação entre os moradores. “Não temos espaço para estacionar e DESCARREGAR MERCADORIAS , quando encontramos, a pressão para desocupar rapidamente vem com multas absurdas ou, pior, com nossos carros sendo levados por guinchos sem critério”, denuncia um comerciante local.

Abandono urbano

Além dos problemas de estacionamento, o centro sofre com a falta de iluminação, sujeira nas ruas e um aumento alarmante de assaltos. O cenário desolador afasta consumidores e impede que o comércio se fortaleça. “Estamos pagando impostos altíssimos para operar em um lugar inseguro e abandonado. As autoridades simplesmente nos ignoram”, relata uma lojista.

"Encanto e Luz"? Não, "Desencanto e Trevas"

O Natal de 2024, promovido com o slogan "Encanto é Luz", foi, nas palavras de muitos comerciantes, “o pior Natal da história”. O evento fracassou em atrair consumidores, deixando o centro às moscas. “As decorações foram pífias, e a iluminação prometida não passou de propaganda enganosa. (ALÉM DO VEXAME DOS BRINQUEDOS) . O comércio não teve o suporte necessário e acumulamos prejuízos”, reclamam OS COMERCIANTES. 

Transporte público em colapso

Outro ponto crítico foi a ausência de um planejamento eficaz para o transporte público. A falta de ônibus impactou não apenas consumidores, mas também trabalhadores que dependem do transporte coletivo para chegar ao centro. “Os horários eram insuficientes, e muitos funcionários sequer conseguiram chegar ao trabalho a tempo”, explicou um gerente de loja.

Desorganização e falta de liderança

Moradores e comerciantes apontam a Secretaria de Indústria e Comércio como a principal responsável pelo desastre. A ausência de um plano estratégico e a falta de preparo para lidar com as demandas do centro transformaram o Natal e todo o reposicionamento em um verdadeiro fiasco.

“O secretário SICTUR é claramente despreparado. O que vimos foi um desastre anunciado”, afirmou um empresário local.

O futuro em xeque

Enquanto o mercado imobiliário defende que a revitalização do centro passa pela ocupação residencial e fortalecimento do comércio, nada disso parece possível sem um envolvimento concreto do poder público. O círculo virtuoso defendido por especialistas ainda está distante, deixando comerciantes e moradores à mercê de um abandono que parece não ter fim.

Se medidas urgentes não forem tomadas, São José dos Pinhais corre o risco de ver seu centro definhar ainda mais, afastando qualquer esperança de um futuro próspero e integrado.