"São José dos Pinhais:
A Terceira Pista e o Reflexo de uma Classe Política Medíocre"
A recente fala do apresentador Datena, referindo-se a São José dos Pinhais como um "bairro de Curitiba",
gerou um alvoroço entre os políticos locais, com vídeos inflamados e declarações de aparente indignação. No entanto, quando observamos o comportamento desses mesmos políticos diante da proposta da concessionária para a terceira pista do aeroporto, fica claro que sua "irritação" não passa de uma estratégia vazia para ganhar atenção.
Enquanto Datena apenas lançou uma provocação, o verdadeiro desrespeito com São José dos Pinhais vem da própria classe política local. Um aeroporto que sequer adota o nome da cidade onde está localizado simboliza o nível de desconsideração e submissão que as lideranças têm aceitado ao longo dos anos.
A Terceira Pista e a Falácia das Audiências Públicas
A proposta da terceira pista, que promete impactar milhares de moradores com desapropriações, aumento da poluição sonora e outros problemas sociais, tem sido conduzida em um ambiente de falácias. As audiências públicas, supostamente destinadas a discutir o projeto, são agendadas em horários que dificultam a presença popular e realizadas longe dos bairros mais afetados.
Essa escolha não é casual: parece ser uma manobra deliberada para minimizar a participação da população e evitar oposição. Enquanto isso, os políticos que deveriam representar os interesses da cidade preferem o silêncio ou discursos vazios, demonstrando sua total falta de preparo e comprometimento.
Incompetência Política: O Verdadeiro Prejuízo
A realidade é que a população de São José dos Pinhais paga o preço de eleger representantes incompetentes e despreparados. A Câmara Municipal, que deveria ser a voz do povo, se mostra incapaz de articular uma resistência efetiva ou exigir contrapartidas reais da concessionária.
Por outro lado, a empresa responsável pelo aeroporto se movimenta com maestria, conduzindo o projeto de maneira que maximiza seus lucros enquanto deixa a população à mercê das consequências. É um reflexo do Brasil: grandes corporações prevalecem enquanto a população é relegada ao esquecimento.
A indignação com Datena seria legítima se houvesse um esforço real por parte dos políticos para defender a cidade. No entanto, diante de um projeto que ameaça diretamente os moradores, o silêncio conivente dessas lideranças apenas reforça a provocação: São José dos Pinhais é tratada como um bairro, e não como uma cidade com voz própria.
Enquanto isso, a população assiste, impotente, a mais um capítulo da incompetência política local. O lucro das grandes empresas será garantido, os moradores serão prejudicados, e o ciclo de descaso se repetirá. Afinal, como dizia Datena, talvez São José dos Pinhais não passe de um "bairro de Curitiba" – mas não pelo comentário de um apresentador, e sim pela mediocridade de seus próprios representantes.
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